sábado, 4 de setembro de 2010

Metrô de Teresina vai contar com importantes inovações

Local Sábado, 04 de Setembro de 2010

01/07/2010 - 17h12min - Cabeça de Guia

A população de Teresina já pode usufruir do novo Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), inaugurado na última terça-feira (29), pelo governador Wilson Martins e pelo Ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos.

Até o mês de setembro mais dois VLTs devem entrar em funcionamento, totalizando 4 trens. A previsão da Companhia Metropolitana de Transportes Públicos (CMTP) é de que o metrô de Teresina possa transportar mais de 40 mil passageiros por dia quando os VLTs estiverem em pleno funcionamento. O número equivale ao transporte feito por 50 ônibus coletivos.

Além do aumento do número de passageiros, os novos trens devem reduzir, significativamente, o tempo de espera nas estações da capital. Hoje o tempo de uma viagem do bairro Dirceu até a nova Estação Alberto Silva, no Centro de Teresina, é de pouco mais de 30 minutos, incluindo 9 paradas.

Inovações:
Segundo o presidente da Companhia Metropolitana de Transportes Públicos, Marcos Silva, a CMTP está investindo ainda na reestruturação da linha, construção de novas estações e cruzamentos de linhas, instalação de bicicletário e duplicação da linha férrea. Ele explica que antes de entrarem em operação, a CMTP vai instalar dois cruzamentos de linha, um na altura da Estação Frei Serafim (Estação Ferroviária) e outro no Renascença. Eles permitirão que os comboios possam utilizar uma única linha.

Existe ainda o cronograma de expansão das atividades do Metrô. A primeira etapa é a operação dos novos comboios e os desvios. A segunda etapa prevê a operação da linha entre Teresina e Altos, bem como a duplicação da linha de Teresina, no trecho entre Matinha e Renascença.

Ainda de acordo com o projeto de expansão, o Metrô de Teresina deve fazer linha até a zona Sul da cidade beneficiando os bairros Saci, Promorar, Parque Piauí, Bela Vista e Lourival Parente. Para a zona Norte, o projeto prevê a expansão até os bairros Mocambinho, Mafrense, Água Mineral, Santa Maria da Codipi, Nossa Senhora das Vassouras e Parque Firmino Filho. Na zona Leste, a linha segue até a Universidade Federal do Piauí (UFPI). 

Essas mudanças vão dar um novo impulso ao transporte coletivo em Teresina. “Esta é uma área que recebe muitas reclamações dos teresinenses. Por isso, o Governo do Estado está fazendo sua parte, buscando oferecer transporte de qualidade e a baixo custo, alcançando os principais bairros da cidade”, enfatizou.

Tecnologia, segurança e economia nos novos trens
O novo VLT que entrou em funcionamento na capital tem capacidade para 370 passageiros. O novo trem foi aliviado em 8 toneladas por locomotiva e 4 toneladas por carro e sua nova concepção permitirá a formação de trens VLT (com 2 unidades - locomotiva e carro comando) ou com quatro unidades (locomotiva – Carro – Carro – locomotiva).

Marcos Silva disse, ainda, que esse é o único trem de passageiros diesel com tração hidrodinâmica em uso efetivo no Brasil (similar a um carro com câmbio automático de comando eletrônico).

Ele explica que embora os elétricos, como o Metrô de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Belo Horizonte, sejam mais rápidos e sofisticados eles são uma solução que somente se justifica em linhas com alta densidade de tráfego, visto que as percas de energia elétrica ao longo da linha com poucos trens são elevadas e tornariam a opção mais cara que o gasto com combustível diesel.

“Os trens elétricos representam investimentos enormes da ordem de R$ 24 milhões por trem. Sem considerar despesas com estações, controle e sinalização. O trem em uso no Metrô de Teresina foi uma solução sábia, do engenheiro Alberto Silva, diante da realidade econômica do Piauí”, justificou Marcos Silva.

Ainda de acordo com ele, o Piauí sai na frente, pois esse é o sonho das principais capitais do Nordeste, como Maceió, João Pessoa, Natal e Fortaleza, que ainda operam trens de passageiros com locomotivas diesel elétricas pesadas (80 toneladas – só a locomotiva), com um custo de manutenção elevado devido a complexidade do equipamento.

“A remotorização com motores Scania de 450 hp foi outra grande ideia do saudoso engenheiro, já que os motores anteriores, de fabricação Húngara, eram de elevado consumo de combustível e padeciam da crônica impossibilidade de aquisição de peças. A economia de combustível e lubrificantes decorrente da instalação dos novos motores foi da ordem de 40%, aproximadamente R$ 25 mil por mês, o que possibilitou que os motores se pagassem ao final de dois anos”, explicou.

Fonte: Marcos Prado 

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