sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Ministro lança Trem Regional em Teresina



29/06/2010 - RF / Em Dia News



O Trem Húngaro, TUD de transmissão hidráulica importado da Ganz Mavag. Começou fazendo a linha Porto Alegre-Uruguaina e acabou no Metrô de Teresina


O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, lança nesta terça-feira (29), em Teresina, o programa Trem Regional de Passageiros e Cargas, que interligará os municípios de Teresina e Altos, no Piauí, a Timon, Caxias e Codó, no Maranhão.

Paulo Sérgio Passos e o governador Wilson Martins inauguram ainda o novo Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), fazendo uma viagem simbólica da Estação Ferroviária de Teresina, localizada na Avenida Miguel Rosa, até a Estação Ferroviária de Timon, retornando a Teresina logo em seguida.

O VLT na verdade é o trem húngaro fabricado pela Ganz-Mavag e importado pela Rede Ferroviária Federal na década de 70, que foi reformado pela Ferrovias Manutenção e Engenharia.

Do trem original foi preservada a caixa e o sistema diesel-hidráulico. Ele recebeu novo sistema de frenagem, ar condicionado, novas rodase eixos, e design moderno.
O trem húngaro, como é conhecido, rodou na década de 70 no Rio Grande do Sul, entre Porto Alegre e Uruguaiana. Na decada de 90 o trem foi para Teresina, no Piauí.

A importação dos trens húngaros pertence a uma época em que a política do governo (militar) era produzir saldos comerciais a qualquer custo, mesmo com países que não podiam pagar em dólares, como a Hungria, Polonia, Iugoslávia e Romênia.

Exportávamos café, minério e aço e recebíamos papéis. Os mais famosos eram as “polonetas”, correspondentes a um saldo em torno de R$ 6 bilhões, acumulado no final da década de 70. Para não ficar com perda total, o governo obrigava as empresas estatais, a começar pela Rede Ferroviária e pela Cia. Vale do Rio Doce, a importar equipamento pesado desses países – que era a única coisa que tinham a oferecer - sem olhar muito preço nem qualidade.

Foram adquiridos 12 trens-unidade diesel-hidráulicos (TUDH) da Ganz-Mavag, mas somente 11 chegaram ao Brasil – um dos trens foi gravemente avariado em uma tempestade na passagem do Canal da Mancha.Seis trens ficaram para circular na malha de São Paulo – nos trechos São Paulo-Santos; Santos-Jundiaí; São Paulo-Campinas-Rio Claro; Cubatão(Cosipa)-Santos - e entre Rio de Janeiro e São Paulo ( na época foi como um teste para o uso da alta velocidade). E os outros cinco foram para o Rio Grande do Sul, para uso no trecho Porto Alegre-Uruguaiana.

Assim, além dos trens da Ganz-Mavag, vieram a época 5.900 vagões da Vagona Kraljevo iugoslava e da Uzina de Vagoane ARAD rumena e trilhos da Huta Katowice polonesa.

Segundo Antônio Sobral, diretor administrativo da Companhia Metropolitana de Transportes Públicos de Teresina (CMTP), o VLT custa R$ 1,5 milhão. Já temos um VLT em circulação, atendendo a 15 mil pessoas. Com esse novo trem vamos poder ampliar essa oferta para 22 mil passageiros. Até setembro, vamos entregar outros dois VLT, beneficiando, ao todo, 35 mil pessoas, destaca o diretor.

O VLT é mais confortável, rápido e econômico que os trens que eram utilizados em Teresina. Por conta disso, o custo dos passageiros também é menor. A passagem de metrô em Teresina custa R$ 0,50, enquanto a passagem de ônibus coletivo custa R$ 1,90. Esses valores comprovam o impacto social do projeto de revitalização da malha ferroviária da Grande Teresina.

O programa Trem Regional prevê a recuperação de trechos ferroviários que interligam cidades com mais de 100 mil habitantes em todo o Brasil. O governador Wilson Martins solicitou ao ministro que desse prioridade ao trecho que interliga Piauí e Maranhão e ele achou pertinente, relata Sobral.

O ministro Paulo Sérgio Passos irá autorizar a confecção de estudo e orçamento do empreendimento. Serão analisados que trechos precisam ser recuperados, que estações precisam passar por melhorias, quantas pessoas vão de Teresina a Timon e vice-versa por dia, quais os pontos atrativos para essas pessoas, relata Antônio Sobral, destacando que o tempo de duração e o valor da obra só serão conhecidos após a conclusão do estudo.


Fonte: Revista Ferroviária (http://www.revistaferroviaria.com.br...dMateria=10775)

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